31/05/12

Esperança

Hoje tive que ir a Lisboa.
Quando caminhava pela Avenida da Liberdade passei por uma Senhora, que me pareceu bastante idosa.
Ela empurrava um carrinho de compras;  não o arrastava como é comum vermos, mas empurrava-o como uma mãe empurra um carrinho de bebé.
Passei por ela, reparei que estava impecavelmente vestida, andei um pouco entretanto detive-me porque me pareceu que ela fazia um grande esforço. Voltei atrás e questionei-a: " Precisa de Ajuda?" Até então não lhe havia visto o rosto pois encontrava-se curvada, quando o levantou, vi uns olhos, lindos, risonhos azuis como o mar, abriu um sorriso, e respondeu-me: " Não minha querida, muito obrigado, mas com este presente que a minha filha me deu (o carrinho) vou a todo o lado.
Caminhamos lado a lado, porque íamos na mesma direcção e enquanto o fazíamos,  lá me contou que tinha 88 anos, 22 bisnetos, e que o carrinho que levava tão cheio de compras era apenas, porque um dos ditos bisnetos, fazia anos, e ela fazia questão de organizar a festa.

Esta Senhora, assim do nada, às 10 horas da manha, fez-me ganhar o dia, "entre aspas" deu-me uma chapada de luva branca, "do alto" dos seus respeitáveis 88 anos demonstrou-me a esperança, a motivação, a alegria de estar viva, a sua voz era uma voz feliz.

Apesar da idade, ainda trazia os lábios e olhos impecável e subtilmente pintados, ainda procurava agradar e agradar-se.

Desejei ser como ela caso chegasse á idade dela, e desejei ser como ela hoje também...

A esperança é um bem precioso.

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